Uma das queixas frequentes no consultório do cirurgião ortopedista são as dores na região do cotovelo. A doença mais comum nesta região é o que denominamos popularmente de cotovelo de tenista (tennis elbow), conhecida tecnicamente como epicondilite lateral (EL)
A EL é a mais comum síndrome de stress do cotovelo. É uma inflamação do osso epicôndilo, extremidade óssea no lado de fora do cotovelo.
Acomete em geral os tendões extensores do punho e mão,
É importante enfatizar que não se trata de um processo inflamatório, ou seja, não se considera uma tendinite, mas sim um processo crônico com mais de 3 meses de evolução e denominada de tendinopatia.
Quando a inflamação é na saliência óssea do lado de fora do cotovelo, denominamos de cotovelo de tenista (epicondilite lateral) e quando é afetada a saliência óssea do lado de dentro denominamos cotovelo de golfista ou epicondilite medial (EM).
Podem acometer profissionais de outras áreas como por. ex. pintores, tapeceiros, carpinteiros, músicos e trabalhadores de produção em linha. Músicos que utilizam instrumento de corda e necessitam de movimentos finos e repetitivos são altamente susceptíveis a apresentar a epicondilite lateral.
A epicondilite medial também pode se apresentar em jogadores de tênis que utilizam mais força no forehand.
Muitas são as causas das epicondilites, as mais comuns são:
- - Tensão súbita no músculo;
- - Micro traumas repetitivos no esporte ou trabalho;
- - Deficiência dos músculos na região do ombro;
- - Frequência e intensidade das atividades;
- - Vibrações transmitidas para o cotovelo através do conjunto raquete- corda- bola;
- - Ausência de preparação cinética e coordenativa;
- - Utilização inadequada de equipamentos e acessórios, sejam eles no trabalho ou nas atividades esportivas.
O principal sintoma é a dor localizada no lado de fora do cotovelo e às vezes com irradiação para o antebraço. É raro o aparecimento de edema ou hematoma.
Algumas queixas são características, como sentir dor durante um simples aperto de mãos, dor ao segurar um copo ou xícara de café e o movimento de abrir ou fechar a porta.
O quadro clínico apresenta estágios variados. Pode ter um aparecimento súbito decorrente de um esforço ou pode se apresentar somente durante certos movimentos como os citados acima.
De um modo geral a história clínica e o exame físico são suficientes para o cirurgião ortopedista fazer o diagnóstico da epicondilite.
Exames complementares como radiografias simples, ultrassonografia ou ressonância magnética devem ser realizados para diagnósticos diferenciais ou quando o processo é crônico acarretando alterações degenerativas e eventuais micro rupturas do tendão extensor.
O tratamento inicialmente é sempre conservador através do repouso, medicação específica e métodos de reabilitação muscular para analgesia e fortalecimento/alongamento da musculatura do membro superior.
A imobilização do membro superior é desaconselhável.
O cirurgião ortopedista e o paciente possui atualmente uma alternativa terapêutica eficaz e não invasiva para as epicondilites medial e lateral.
Trata-se do tratamento por ondas de choque extracorpórea (ESWT- extrashockwavetherapy), método aprovado na Europa e nos Estados Unidos pela CE e FDA.
Através de um aparelho especial fora do corpo humano as ondas de choque são aplicadas no local da inflamação e produzem uma neovascularização com consequente reparação do tecido inflamado.
O procedimento é realizado pelo médico ortopedista habilitado e com conhecimento do aparelho gerador que está sendo utilizado na área tratada.
O tratamento por ondas de choque é um método de tratamento seguro, eficaz, além de não ser invasivo e sem a necessidade de preparo antes do tratamento, vale salientar que não requer ausência das atividades profissionais durante o tratamento.